A taxa de desemprego em Portugal aumentou no primeiro trimestre, alcançando 7,2% da população ativa, de acordo com dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). É necessário retroceder até o final de 2020, durante a pandemia, para encontrar um valor pior (7,3% no último trimestre desse ano).
A população desempregada também está a aumentar de forma significativa. Estima-se que no primeiro trimestre deste ano houvesse em Portugal 380,3 mil pessoas sem trabalho, o que representa um aumento de 23,3% em comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
Segundo o INE, a taxa de desemprego entre os jovens (16 a 24 anos) situou-se em cerca de 19,6% da população ativa nessa faixa etária, o que representa uma diminuição de um ponto percentual em relação ao trimestre homólogo.
No entanto, o desemprego entre os jovens continua a ser um dos mais elevados na Europa. De acordo com o INE, “no quarto trimestre de 2022, a taxa de desemprego entre os jovens na União Europeia a 27 países (UE27) foi estimada em 14,1%, menos 5,8 pontos percentuais do que em Portugal (19,9%), que nesse trimestre apresentou a sexta taxa mais elevada na UE27”.
Em geral, o desemprego aumentou em todos os grupos etários definidos pelo INE, mas a situação agravou-se especialmente no grupo dos 35 aos 44 anos, com um aumento de 47,1% em comparação com o primeiro trimestre de 2022.
O desemprego também aumentou em todos os níveis de escolaridade. Em termos homólogos, registou-se um aumento expressivo de 28,9% entre as pessoas com ensino básico, 32,5% para a população com ensino secundário e até os licenciados não escaparam, com um aumento de 2,7% no número de desempregados com diploma em relação ao início de 2022.
A região mais afetada pelo desemprego foi a Área Metropolitana de Lisboa (AML), com uma taxa de desemprego de 8%, a mais elevada do país. No Norte, a taxa aumentou para 7,6%, enquanto no Alentejo subiu para 7,2%. Nas regiões Centro e Algarve, o aumento do desemprego foi mais ligeiro, com taxas de 5,6% e 7,2%, respetivamente.
Por outro lado, nas ilhas verificou-se uma diminuição do desemprego. A taxa de desemprego na Madeira baixou um ponto percentual, para 6,5%, e nos Açores registou-se uma redução de quatro décimas, situando-se em 6,2% da população ativa açoriana.