O sector do mobiliário nacional vive uma crise de mão-de-obra que já está a levar empresas a recusarem encomendas. A notícia é do Jornal de Negócios (acesso exclusivo a assinantes) e dá conta de que faltam 5 mil trabalhadores nesta área, desde estofadores a marceneiros, passando também por maquinistas e serralheiros, entre outros.
“É um sector onde os salários são bastante elevados, porque apostou no valor acrescentado do produto, nos recursos humanos, no ‘know how’ para promover a internacionalização”, explica o diretor executivo da associação do sector mobiliário (APIMA) ao mesmo jornal.
Gualter Morgado assegura ainda que o sector “paga acima da média” e que “dificilmente encontramos hoje, por exemplo, um estofador a ganhar menos de dois mil euros limpos por mês“. Apesar disso, Gualter Morgado nota que não se encontram estofadores para contratar.
A indústria dos móveis tem exportações da ordem dos 1,9 mil milhões de euros, segundo o Negócios.
Esta situação de aumento de procura veio dar ainda mais destaque à escassez de mão-de-obra e começam a surgir cada vez mais casos de trabalhadores que entram no que Gualter Morgado chama de “um esquema de chantagem”.
“Todas as semanas, [os trabalhadores] chegam ao pé dos empresários e dizem: “Se não me pagas mais 100 euros, eu vou embora, pois tenho quem me ofereça mais.” É extremamente complicado”, desabafa o responsável da APIMA.