Cerca de 76% dos consumidores portugueses preferem produtos e serviços de baixo custo em detrimento da qualidade, a mais alta percentagem em toda a Europa, segundo o Observador do Consumo Low-cost 2023, conduzido pelo Cetelem.
Um estudo recente revelou que a maioria dos portugueses (76%) valoriza mais o preço do que a qualidade ao escolher produtos e serviços, a maior percentagem entre os países europeus. O estudo foi conduzido pelo Cetelem, marca comercial do BNP Paribas Personal Finance, e inserido no Observador do Consumo Low-cost 2023.
Os resultados indicam também que os consumidores polacos (74%), eslovacos (69%) e húngaros (69%) são os que mais consideram o preço como o factor mais importante na aquisição de produtos e serviços. Por outro lado, entre os suecos e franceses, verifica-se um maior equilíbrio entre a valorização do preço (52%) e da qualidade (55%).
No que diz respeito às motivações por trás da preferência por produtos de baixo custo, 35% dos consumidores portugueses referem que estes produtos apresentam uma boa relação qualidade/preço, estando assim de acordo com as suas expectativas. Além disso, 11% afirmam que não percebem diferenças significativas em comparação com produtos e serviços tradicionais, questionando a necessidade de pagar mais.
A nível europeu, 60% dos consumidores consideram que o preço é um factor mais importante do que a qualidade na hora de adquirir um produto. Simultaneamente, 57% acreditam que os produtos low-cost apresentam uma boa relação qualidade/preço.
O estudo revela ainda diferenças de comportamento entre os consumidores com altos e baixos rendimentos. Assim, 70% dos consumidores com rendimentos mais baixos priorizam o preço, comparativamente a 51% daqueles com rendimentos mais elevados.
Em Portugal, 45% dos consumidores afirmam estar a adquirir mais produtos low-cost do que em 2022, declarando-se satisfeitos com a qualidade e expressando a intenção de manter esta tendência, mesmo que disponham de rendimentos para optar por produtos ou serviços mais caros.
Entre os jovens de 18 a 34 anos e os consumidores com mais de 50 anos, são estes os que mais valorizam o preço em detrimento da qualidade, evidenciando que a priorização do preço é transversal a todas as gerações.