A endometriose consiste na presença do tecido que reveste o útero por dentro (endométrio) fora da sua localização habitual, sendo os focos mais frequentemente encontrados nos ovários, nas trompas, nos ligamentos que sustentam o útero e no revestimento da cavidade pélvica ou abdominal. Os principais sintomas desta doença são a dor menstrual (dismenorreia), dor na relação sexual (dispareunia), dor ao evacuar (disquezia) e dor ao urinar (disúria). No entanto, há outras dores associadas como a abdominal ou torácica e cada doente apresenta sintomas e níveis muito distintos de dor, sendo a confirmação da lesão e consequente gravidade feita através da visualização direta das lesões, através de laparoscopia. Há ainda casos em que a patologia pode ser assintomática, atrasando ainda mais o diagnóstico.
Catarina Marques, Ginecologista da Clínica IVI Lisboa, alerta para o facto de que “esta doença pode ser silenciosa, o que atrasa o diagnóstico, mas também pode causar muita dor. Esta dor não pode ser desvalorizada”.
Para já não há cura para a endometriose, contudo, existem tratamentos que podem ajudar melhorar a qualidade de vida da mulher, prevenir a eventual propagação da doença, resguardar a sua fertilidade e/ou ajudar na concretização do projeto reprodutivo. A fertilização in vitro é um tratamento apropriado para a infertilidade associada à endometriose quando outras técnicas mais simples não causam qualquer efeito positivo na mulher. A gestação em muitos casos proporciona a melhoria clínica da endometriose, embora não sendo algo definitivo. Nos casos mais graves, a solução poderá passar pela realização de uma cirurgia, que consiste na recessão das lesões endometriais nas suas diferentes localizações e reestruturação da anatomia pélvica.
No âmbito da uma possível hereditariedade da doença, ainda não existe nenhum estudo que o comprove, porém existem estudos que remetem para a existência de uma maior probabilidade de a mulher ter endometriose quando houver historial da doença na família. A doença é essencialmente benigna mas, em casos muito raros. pode se tornar numa condição maligna.