O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enfrenta alegações de que teria facilitado o acesso a um tratamento médico dispendioso para duas gémeas luso-brasileiras. A TVI reportou que o chefe de Estado teria exercido influência no Hospital de Santa Maria para que as menores, afetadas por atrofia muscular espinhal, recebessem o Zolgensma, medicamento avaliado em quatro milhões de euros.
A notícia veiculada no Jornal da Noite da TVI na sexta-feira, dia 3 de novembro, aponta que a mãe das crianças teria admitido que o Presidente intermediou o tratamento em Portugal. No entanto, Marcelo negou categoricamente essas afirmações neste sábado, durante o V Encontro de Cuidadores Informais em Setúbal, onde afirmou não ter contactado nenhum membro do governo ou da administração do hospital a respeito da situação das gémeas.
Marcelo Rebelo de Sousa frisou a importância da independência do seu cargo e da sua isenção em decisões administrativas do setor da saúde, salientando que não há fundamento para a suspeita de ter utilizado a sua posição para benefício particular de terceiros.
A controvérsia surgiu após a TVI revelar que o hospital iniciou uma auditoria para investigar o procedimento médico em questão e que documentos relativos ao caso, incluindo uma carta de protesto dos clínicos e o dossiê de admissão das bebés, desapareceram dos arquivos hospitalares. Sobre possíveis ações legais contra os meios de comunicação envolvidos, o Presidente mencionou que, caso surjam afirmações de que tenha havido qualquer comunicação da sua parte, considerará a hipótese de procedimentos judiciais.