A diocese de Lisboa foi onde existiu o maior número de casos reportados à Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Crianças na Igreja Católica. No total, foram 84 vítimas.
Segundo o relatório desta comissão, apresentado na segunda-feira, seguem-se os distritos de Braga, com 54, e Porto, com 42, Leiria-Fátima, com 23 casos de abuso, Setúbal, com 19, Coimbra, com 16, e Guarda, 13.
A Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança (Ordinariato Castrense) apenas tem um caso registado.
Em relação aos Institutos Religiosos, no caso dos femininos surgem as Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima, com oito vítimas, e as Religiosas do Amor de Deus, com três, como os mais afetados.
Nos masculinos, lideram a lista os Salesianos, com 18 vítimas, seguidos dos Jesuítas (12) e Franciscanos – Ordem dos Frades Menores (11). A Obra do Padre Américo, aparece no relatório com sete abusados reportados, enquanto o Corpo Nacional de Escutas tem 11 e a Prelatura da Opus Dei tem cinco.
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica em Portugal iniciou a recolha de testemunhos de vítimas a 11 de janeiro de 2022, tendo validado 512 denúncias das 564 recebidas, o que permitiu a extrapolação para a existência de um número mínimo de 4.815 vítimas nos últimos 72 anos.
A Conferência Episcopal Portuguesa vai tomar posição sobre o relatório, de quase 500 páginas, numa Assembleia Plenária agendada para o próximo dia 3 de março, em Fátima.