A Irlanda é o 23.º cliente de vinhos portugueses a nível global e o 12.º a nível comunitário.
A Irlanda quer rotular as garrafas de vinho como “produto nocivo para a saúde”. Contrapondo-se a essa posição, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, disse na passada segunda-feira, dia 30 de janeiro, em Bruxelas, que Portugal está a trabalhar juntamente com outros países no sentido de evitar que a Irlanda rotule o vinho como produto nocivo para a saúde.
“Queremos continuar a trabalhar, nomeadamente com os Estados-membros que têm posição semelhante à nossa. Estamos a trabalhar juntos para contrariar e defender o que é melhor para os nossos agricultores”, disse a ministra, em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, no âmbito da reunião dos titulares da pasta da Agricultura da União Europeia (UE).
A ministra enfatizou não fazer qualquer sentido “esse nível de especulação através da rotulagem”, lembrando que o vinho, consumido com a devida moderação, integra a dieta mediterrânica e “é um ativo muito importante” para a economia portuguesa.
“Estamos muito próximos de atingir os mil milhões de euros de exportações, [o vinho] tem um impacto muito significativo do ponto de vista social, económico e ambiental, nomeadamente nos nossos territórios mais interiores”, acrescentou, lembrando que “a vinha e o vinho não são só em Portugal, ou em França, ou em Espanha, ou em Itália, que têm uma grande produção. Hoje encontramos vinho de excelente qualidade em toda a Europa”.
Estas declarações surgem dias depois de a Irlanda querer incluir um rótulo de “produto nocivo para a saúde” em todas as garrafas de vinho. Vários Estados-Membros, juntamente com Portugal, contestam esta decisão.
De acordo com os dados do executivo, em 2021, as exportações portuguesas de vinho para a Irlanda fixaram-se em 6,3 milhões de euros, um aumento de 39,5% face ao ano anterior.