Dois meses depois da operação no University of Maryland Medical Center, David Bennett, de 57 anos, morreu nesta terça-feira, dia 8 de março. Bennett foi a primeira pessoa a receber um transplante de coração de porco geneticamente modificado.
David Bennett, que sofria de problemas cardíacos graves, sobreviveu à cirurgia, no entanto, segundo informação partilhada pela BBC, a equipa médica de Baltimore afirmou que o seu estado de saúde começou a piorar nos últimos dias.
David sabia os riscos que a operação podia trazer, contudo, submeteu-se na mesma a este transplante experimental, depois de ter sido excluído de várias listas de espera para receber um coração humano. Ainda assim, os médicos alertavam para a possibilidade de rejeição, porém, não se sabe ao certo se foi essa a causa da sua morte.
O coração de porco que Bennett recebeu não era um coração de porco qualquer, foi geneticamente alterado para se poder tornar compatível e poder ser aceite pelo corpo humano. Ao longo do processo de modificação genética, foram adicionados seis genes humanos e desligados quatro genes do porco, incluindo um que levaria a uma resposta imunitária agressiva e outro que impede o coração de porco de continuar a crescer uma vez implantado no peito humano.
Este transplante de coração é um de vários processos pioneiros que se realizaram ao longo dos últimos meses, em que órgãos de porcos geneticamente modificados foram utilizados para substituir órgãos humanos. O procedimento, de seu nome xenotransplante, apresenta e representa uma nova esperança para milhares de pacientes com doenças de fígado, coração e noutros órgãos, e que não conseguem um transplante pela via tradicional.
O hospital decidiu não fazer qualquer tipo de comentário sobre a possível causa da morte, uma vez que os médicos ainda não realizaram um exame mais aprofundado, estando o processo ainda numa fase precoce. Os resultados dessa análise vão ser divulgados mais tarde numa publicação/artigo científica(o).