A reabertura de discotecas sem pista de dança e com os clientes reservados ao espaço das mesas foi a possibilidade estudada na reunião entre a associação deste setor e o governo.
O regresso das discotecas a Portugal ainda não tem data de arranque, mas tem sido debatido em reuniões entre os empresários do setor e o governo, estando pendente a questão das pistas de dança.
Para o executivo, a abertura só deve ser feita com lugares sentados, como já acontece em bares e restaurantes com serviço de comida e bebida.
“Propomos um conjunto de regras gerais: estar sentado à mesa, cumprimento de distanciamento entre mesas de dois metros, medidas de distanciamento em função de um número de pessoas por metro quadrado e a utilização obrigatória de máscara exceto no momento da refeição”, segundo disse a médica e ex-secretária de Estado, Raquel Duarte, ao jornal Sol.
A autora do plano de desconfinamento sublinhou “o que não recomendamos são situações em que as pessoas deambulem de um lado para o outro”, acrescentando que as discotecas “são locais onde o risco de transmissão é muito grande. Um local onde uma pessoa vai ouvir música, beber uma bebida, fica sentada distanciada da outra mesa, é diferente de um sítio onde há grandes aglomerações, as pessoas estão a beber, deixa de haver distanciamento”.
Presente na última reunião, José Gouveia, presidente da Associação Nacional de Discotecas disse ao jornal Sol “estamos a criar condições para, efetivamente podermos, no futuro, fazer o desconfinamento da industria da noite. O governo tem agido de forma cautelosa para que não se criem falsas expectativas”.
Sublinhou ainda que nada ficou definido, estando a ser trabalhado um plano, mas sem previsão para o que esteja definido. “Queremos abrir, ver o alargamento dos horários, queremos ver os espaços ao ar livre abertos. Para já, numa primeira fase, os pequenos bares”, continuou.
José Gouveia não concorda, no entanto, com as medidas que estão a ser avançadas para uma suposta reabertura e aponta que “na reunião mencionei este facto: estamos a proibir as pessoas de dançar. Acho que não faz sentido as pessoas não poderem entrar dentro de um espaço, sentarem-se, beberem um copo, divertirem-se à volta da mesa e estarmos a pensar que a única coisa que distingue um restaurante de um bar ou de uma discoteca passa a ser somente a presença ou não de comida.”
O responsável expressou ainda que o setor está a passar por dificuldades e que há espaços sem abrir há um ano, desde o início da pandemia. “Há neste momento empresários que estão a investir na esperança de daqui a um, dois meses poderem abrir. É uma resiliência quase lunática, porque nunca desistiram.”