O grupo sueco IKEA anunciou esta quinta-feira a suspensão temporária da sua atividade na Rússia e na Bielorrússia face à invasão da Ucrânia por Moscovo. “A guerra já teve um impacto humano enorme. Está também a resultar numa grave perturbação da cadeia de distribuição e nas condições para o comércio. Por todas estas razões, os grupos da empresa decidiram suspender temporariamente as operações da Ikea na Rússia”, refere o grupo num comunicado que publicaram no seu portal.
O documento que foi deixado na página oficial da empresa explica que o grupo terminou as exportações e importações na Rússia e Bielorrússia, parou temporariamente a produção na Rússia e decidiu ainda que iriam suspender as operações de venda.
Apesar desta decisão radical por parte do grupo sueco, os centros comerciais Mega “vão continuar abertos para assegurar que muitas pessoas na Rússia tenham acesso aos bens diários necessários, como comida, mercearia e medicamentos”.
De acordo com a empresa, estas decisões têm um impacto direto em 15.000 funcionários. De igual modo, o grupo refere que a Fundação IKEA irá fazer uma doação imediata na ordem dos 20 milhões de euros em assistência humanitária para ajudar aqueles que tenham sido forçados a abandonar as suas casas devido aos conflito entre a Ucrânia e a Rússia. “Além disso, o grupo Ikea e o grupo Ingka estão a conceder inicialmente, cada um, 10 milhões de euros para fornecer apoio em produtos e outras assistências ao ACNUR [Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados], à Save The Children e a outras organizações a trabalhar nos mercados locais”, conclui a nota.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, lançou na quinta-feira de madrugada um ataque militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento em diversas cidades, que já colmataram na morte de mais de 350 civis inocentes, incluindo crianças. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, decidiram, como forma de resposta ao governo russo, fornecer o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.