A jornada de tratamentos de fertilidade pode ser uma montanha-russa emocional, com 22% dos pacientes a relatarem ansiedade e 10% a experienciarem depressão, segundo um novo estudo.
As pessoas que enfrentam desafios na concepção frequentemente vivenciam uma mistura complexa de emoções, incluindo stress, culpa, medo, tristeza e solidão. A pressão social, em particular sobre as mulheres, para engravidar, juntamente com a reação de amigos e familiares, pode exacerbar o sofrimento físico e psicológico, levando à baixa autoestima.
Num contexto onde a gestão emocional é crucial, a falta de apoio adequado pode levar à depressão. Segundo Filipa Santos, psicóloga especialista da IVI Lisboa, o acompanhamento psicológico é fundamental no tratamento da infertilidade. “A infertilidade pode ser um evento disruptivo e inesperado. É essencial trabalhar a gestão das emoções para prevenir obstáculos mais sérios à saúde mental”, explica a especialista em comunicado.
A incerteza inerente aos tratamentos de fertilidade contribui para a ansiedade e o medo, afetando a autoimagem e, em alguns casos, resultando em procedimentos fisicamente invasivos. A identificação de sinais de alerta, como desânimo generalizado, dificuldades em manter uma visão otimista do futuro, culpa e níveis de ansiedade que interferem no bem-estar, é crucial. Nestes casos, a busca por ajuda profissional é imprescindível.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que as mulheres são particularmente suscetíveis à estigmatização social, stress emocional, depressão, ansiedade e baixa autoestima devido à infertilidade. Cerca de 22% das pessoas em tratamentos de reprodução assistida relatam ansiedade, e 10% desenvolvem sintomas depressivos.
Filipa Santos enfatiza a importância de enfrentar a infertilidade de forma saudável, aceitando-a sem culpa e confiando nos processos médicos. Também aconselha a evitar a sobrecarga de informação e a concentrar-se no dia a dia do processo. “Embora uma atitude positiva seja útil, é fundamental buscar ajuda profissional quando necessário para cuidar da saúde mental”, conclui a psicóloga.