A Ministra da Habitação, Marina Gonçalves, admitiu este sábado na Academia Socialista, em Évora, que Portugal figura entre os países com menor parque público de habitação na União Europeia. A ministra utilizou como exemplo os Países Baixos, que possuem uma vasta oferta habitacional pública, mas enfrentam desafios similares relativos à habitação acessível.
Marina Gonçalves revelou que as medidas no pacote Mais Habitação não são pioneiras e estão em fase de teste em outros países. Sublinhou que, apesar das dificuldades nacionais, países com um extenso parque habitacional público também se confrontam com problemas semelhantes, fruto do turismo e de outras variáveis.
A ministra realçou a complexidade do assunto e que a solução não reside apenas na ampliação do parque habitacional. Mesmo as medidas legislativas recusadas pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que o PS pretende reconfirmar no Parlamento, são vistas por Gonçalves como respostas imediatas para uma questão que requer tempo para ser plenamente solucionada.
No decorrer do debate, Marina Gonçalves salientou a necessidade de equilíbrio nas propostas. Abordou, ainda, o desafio de conciliar habitação com turismo, adaptando propostas para garantir uma convivência saudável entre os dois setores. Afirmou ainda que o debate sobre habitação tornou-se acentuado devido às opiniões polarizadas sobre o tema.
De acordo com o Expresso, numa conversa com Carla Tavares, presidente da câmara municipal da Amadora, e o eurodeputado Pedro Marques, a ministra reforçou o caráter multifacetado da questão e que não existe uma solução imediata, mas uma série de medidas que devem ser implementadas em simultâneo.
Como exemplo do esforço contínuo, referiu-se a um antigo centro de saúde na Amadora que está em processo de reabilitação para servir como habitação. Gonçalves evidenciou ainda que, atualmente, apoios de subsídio à renda beneficiam cerca de 185 mil famílias e que o programa Porta65 foi ampliado, atingindo um maior número de jovens e famílias.