A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) manifestou hoje, dia 28 de julho de 2023, numa reunião com a deputada e porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês de Sousa Real, a sua preocupação com a falta crónica de meios e financiamento, assim como com o modelo de atuação atual e o funcionamento da rede SIRESP.
Conforme um comunicado de imprensa do PAN, Inês de Sousa Real destacou que “apesar de Portugal ser um dos países mais vulneráveis às alterações climáticas, à seca e ao risco de incêndios, continuamos a incorrer nos mesmos erros de planeamento e gestão com vista à prevenção dos incêndios no nosso país.”
A LBP expressou particular preocupação com a rede SIRESP. Segundo Inês de Sousa Real, a rede SIRESP, embora esteja em funcionamento, tem problemas com os equipamentos necessários para a sua execução. Em muitos casos, os operadores têm que recorrer a seus telefones móveis, uma solução precária e insuficiente.
A necessidade de reformar o modelo atual de atuação e criar um financiamento específico para os bombeiros foram outras questões levantadas na reunião.
O PAN tem sido um advogado activo dos direitos dos bombeiros, tendo conseguido a aprovação de um projeto de lei que valoriza os bombeiros e seus direitos, reconhecendo a profissão de bombeiro como uma profissão de risco e desgaste rápido e concedendo aos bombeiros voluntários o direito à reforma antecipada.
Portugal tem uma longa história de devastação causada por incêndios florestais. Entre 2001 e 2016, mais de 2 milhões de hectares foram consumidos por incêndios em Portugal. Apenas os incêndios de 2017 destruíram 500 mil hectares e resultaram na morte de mais de 100 pessoas.
Um relatório especial das Nações Unidas expressou preocupação com a presença extensa de monoculturas de eucalipto e observou que um em cada quatro municípios não possui um plano atualizado de defesa contra incêndios florestais, recomendando o uso de espécies nativas mais resistentes ao fogo.