Diana Pereira, a médica interna que apresentou uma queixa na Polícia Judiciária (PJ) sobre 11 casos de “erro/negligência” no serviço de cirurgia do hospital de Faro entre janeiro e março, está afastada de funções.
A médica deixa de estar no ativo depois de ter sido rejeitada pelo seu orientador e todos os chefes de serviço dos hospital. A clínica pediu a suspensão do internato.
O diretor do serviço de cirurgia, Martins dos Santos enviou uma carta ao diretor clínico do Hospital de Faro, argumentando que existiu uma perda de confiança na médica interna que, por conseguinte, provoca incapacidade no cumprimento do seu trabalho.
“Um conjunto de atitudes desviantes e recorrentes, desenquadradas da prática clínica, desrespeitadoras da cadeia hierárquica e conflituosas para com os profissionais do serviço e do bloco operatório” levou a que a clínica “tivesse perdido a confiança da equipa a que pertence, do seu orientador de formação, que pediu escusa dessa função, e de todos os chefes do serviço”, pode ler-se na missiva.
Diana Pereira está afastada de funções porque ninguém quer orientar a sua formação
A médica em causa está atualmente em período de formação e necessita do auxílio de um especialista que esteja a supervisioná-la, contudo, não há há “disponibilidade dos cirurgiões do serviço para esse fim, nem para a função de orientador de formação”, assinala Martins dos Santos.
Em declarações ao jornal “Público”, o diretor de serviço de cirurgia já tinha avançado que a médica não exerceria mais no serviço que chefia por nenhum dos cirurgiões a querer tutelar.
Desta forma, Diana solicita ao diretor clínico “uma avaliação urgente da situação”, para que não sejam presenciados “eventuais danos para os doentes, o serviço e a instituição”. Diana Pereira ainda propõe formalmente a abertura de um processo de inquérito que averigue “as situações descritas e a eventual suspensão da atividade clínica”.
Por estar sem orientador, Diana Pereira pediu, na sexta-feira, dia 7 de abril, a suspensão do internato. “A suspensão vigora até me nomearam novo orientador ou haver transferência”, adiantou ao JN.
Médica interna acusa cirurgião e diretor de cirurgia do Hospital de Faro de negligência
Na sequência de uma queixa efetuada na PJ pela médica interna, relatada na rede social Twitter, sobre “11 casos ocorridos entre janeiro e março” no hospital de Faro, de “erro/negligência” no serviço de cirurgia, o Ministério Público instaurou um inquérito.
“Confirma-se a instauração de inquérito relacionado com a matéria em referência. O mesmo corre termos no DIAP de Faro”, anunciou na segunda-feira, dia 10 de abril, a Procuradoria-Geral da República.