O projeto Fuse Valley, em Leça do Balio, Matosinhos, que resulta de uma parceria entre a Castro Group e a Farfetch, deverá avançar com o início das obras ainda este ano.
O empreendimento ficará na Via Norte, em Matosinhos, ao lado do complexo empresarial da Lionesa e do Super Bock Group, e contemplará uma área de 140 mil metros quadrados.
Dentro do terreno está prevista a construção, para já, de 24 edifícios, sendo que a Farfetch vai ocupar cerca de 61 mil metros quadrados, enquanto o Castro Group ocupará o restante. Por sua vez, esta segunda empresa vai construir escritórios que serão arrendados a outros negócios, praças, um hotel, terraços e uma zona para comércio e serviços.
“Vamos entrar no mercado numa altura em que a questão dos escritórios do futuro já vai estar mais consolidada. O trabalho híbrido também. O nosso foco são as empresas tecnológicas, que vivem um momento conturbado. Se entrássemos agora, seria mais complicado”, conta ao jornal “ECO” Paulo Castro, diretor do Castro Group.
O projeto foi apresentado em 2021 e as obras deverão começar no final deste ano. Inicialmente prevista para o final de 2025, a abertura da primeira fase do campus empresarial passou para o segundo semestre de 2026, devido a um atraso no processo de licenciamento.
“Vamos entrar no mercado numa altura em que a questão dos escritórios do futuro já vai estar mais consolidada. O trabalho híbrido também”, sinaliza em entrevista ao ECO o líder do Castro Group. “O nosso foco são as empresas tecnológicas, que vivem um momento conturbado. Se entrássemos agora, seria mais complicado”, especifica.
Investimento do campus comercial pode englobar a Metro do Porto
Na área da mobilidade, há negociações com a câmara de Matosinhos e a Metro do Porto para que a linha C ganhe uma nova estação. “A linha passa a 150 metros do empreendimento. Pretendíamos construir uma nova estação de metro, que seria a estação Fuse Valley. Isto melhoraria muito o nosso desempenho nesta área.”
Para já, as estações mais próximas do futuro Fuse Valley são Araújo e Custió, a um quilómetro a pé. O projeto também contempla ligações para bicicletas – graças à proximidade com a Ecovia do Leça – e carreiras frequentes de autocarros.
“Este empreendimento tem ambições relativas à sustentabilidade. Estamos a trabalhar para obter uma série de certificações ambiciosas e exigentes”, garante o líder do Castro Group. A aposta na mobilidade ecológica e nas energias renováveis são dois dos pilares do Fuse Valley: “Queremos ser neutros em emissões de dióxido de carbono e autossuficientes em termos energéticos.”
A construção do Fuse Valley decorrerá em duas fases, sendo que a primeira ficará pronta no segundo semestre de 2026. A segunda fase apenas estará concluída em 2030. O investimento é de cerca de 200 milhões de euros, repartidos entre a Castro Group e a Farfetch e, no futuro, o Fuse Valley pretende receber cerca de dez mil trabalhadores.
“As nossas referências são projetos espalhados noutros países europeus habituados a captar multinacionais. É neste mercado que nos pretendemos colocar. Há uns anos, essas empresas estavam sempre por Lisboa e só olhavam para o Porto quando queriam abrir um segundo escritório. Hoje sentimos que existem muitas empresas a olhar diretamente para o Porto e a instalarem-se cá diretamente, sem passarem por Lisboa”, conclui.