Segundo os dados apresentados pelo IVV (Instituto da Vinha e do Vinho), de Janeiro a Setembro de 2021, a venda de vinhos tranquilos no mercado português caiu 2,5% em volume (180 milhões de litros) e 5,1% em valor (562 milhões de euros), com o preço médio a descer 2,7%, face ao período homólogo. Estas quebras deveram-se sobretudo a dois fatores: aos confinamentos durante o início do ano, que levaram a restrições severas na restauração e ao decréscimo do sector do turismo, segundo dados divulgados no Fórum Anual dos “Vinhos de Portugal”.
O evento, que reuniu o setor em Santarém, e serviu para apresentar o balanço de perfomance do vinho português no mercado nacional e internacional, revelou que de Janeiro a Setembro de 2021, em exportações, Portugal aumentou 6,7% o volume das exportações (244 milhões de litros) e cresceu 11,7% em valor (669 milhões de euros), tendo o preço médio igualmente aumentado 4,7%, atingindo os 2,75€/l.
Quanto aos 5 maiores mercados de destino do vinho português temos França (84 milhões de euros), EUA (83 milhões), Reino Unido (60 milhões), Brasil (55 milhões) e Alemanha (40 milhões), sendo que as cinco geografias somadas representam 44,9% do volume total exportado e 48,1% do valor total exportado.
Numa perspectiva mundial, os maiores países importadores de vinho registaram quebras significativas. Em paralelo, Portugal registou um aumento da sua quota de mercado em quase todos eles (com excepção da China), reforçando a sua presença nesses mercados e atingindo crescimentos sustentados face a 2020. Em suma, quando todos os países reduziram o seu desempenho, Portugal regista uma performance de excelência e reforça a sua presença em múltiplos mercados, tendo registado 669 milhões de vinho exportado de Janeiro a Setembro de 2021, um crescimento de quase 12% e um aumento próximo dos 5% do preço médio, em comparação ao período homólogo.
“É de salientar que desde 2010, com ligeira interrupção em 2016, que Portugal cresce nas exportações, em valor e volume, um marco do sector, especialmente quando assistimos aos principais mercados importadores a diminuir a sua capacidade de resposta. O sector tem conseguido aproveitar da melhor forma estas fragilidades e, deste modo, conseguido ganhar cada vez mais quota internacional. O nosso objetivo para 2022 está em linha com o que temos vindo a fazer: queremos aumentar o valor em preço dos nossos vinhos, pois temos a excelência necessária para isso. A performance dos Vinhos de Portugal são um reflexo da resiliência e esforço de todo o nosso sector”, refere Frederico Falcão, Presidente da ViniPortugal, entidade organizadora do Fórum.