A transportadora americana líder mundial no setor de viagens em executiva quer utilizar os novos aviões para travessias transoceânicas. O Overture só deve levantar voo em 2029.
A United Airlines vai dar o salto para potencial mercado das viagens supersónicas com a primeira encomenda da aeronave Overture, da Boom Technology, na esperança de que os viajantes em negócios estejam dispostos a pagar mais por viagens transoceânicas mais rápidas.
A companhia aérea vai comprar 15 jatos supersónicos que devem começar a transportar passageiros em 2029, disse num comunicado divulgado na quinta-feira. Com o custo de 200 milhões de dólares por avião, o negócio está avaliado em 3 mil milhões de dólares de acordo com os preços fixados, e a Boom não oferece descontos, segundo disse o fundador e CEO da empresa, Blake Scholl. A United tem ainda a opção de compra de 35 aeronaves adicionais.
A United Airlines espera ser o operador de estreia do Overture, que vai ser capaz de sentar até 88 pessoas. Os hubs costeiros da transportadora líder no mercado de viagens em executiva tornam estes jatos “unicamente úteis” para a United, disse Mike Leskinen, vice-presidente de desenvolvimento da empresa. Apesar de os voos supersónicos estarem banidos sobre território americano, a United espera poder estabelecer ligações de três horas e meia de Newark, na Nova Jérsia, para Londres e de seis horas de São Francisco para Tóquio.
“Isto tem um valor tremendo para uma grande parte dos nossos clientes de ponta de voos executivos”, disse Leskinen. “Temos os nossos olhos fixados em voos de Nova Iorque para Londres como serviço inaugural e vamos avaliar oportunidades para além desta”.
A Boom esta a tentar lidar com os desafios aeronáuticos e financeiros necessários para trazer de volta os voos supersónicos comerciais pela primeira vez desde o desaparecimento do Concorde em 2003 e pode esperar uma viagem acidentada. Até agora, a empresa já angariou 250 milhões de dólares, mas os custos de desenvolvimento necessários para tornar o primeiro voo do Overture numa realidade estão projetados alcançar os 8 mil milhões, disse Scholl.
A empresa sediada nos subúrbios de Denver anunciou o acordo com a United menos de um mês depois do colapso da Aerion Corp., que tinha já acumulado 11 mil milhões em encomendas do avião supersónico. Mas a empresa disse a 21 de maio que tinha sido incapaz de assegurar o financiamento necessário para continuar com o negócio.